domingo, 24 de maio de 2020
sábado, 23 de maio de 2020
sábado, 16 de maio de 2020
domingo, 10 de maio de 2020
Holding On (Me aguentando...)
I find my strength in the generous and detached contemplation of the ocean and sky...
(É na contemplação generosa e desapegada do oceano e do céu que eu encontro minhas forças...)
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Dança Lenta
Uma
dança lenta, com o Valete de Espadas, não estava, definitivamente, no cardápio.
Eu decidi observá-lo de uma distância segura, para não ser queimado pelo fogo
dele... ou por aquele que começou a arder, lentamente, no meu peito, quando o
vi pela primeira vez.
Lá
estava ele, de pé, por trás do pequeno grupo de convidados, olhando casualmente
para mim. Eu cumprimentei a todos e caminhei até ele, com um sorriso no rosto e
a mão estendida para um aperto firme. Olhei em seus olhos azul-esverdeados, por
um breve momento, e me apresentei. Ele fez o mesmo.
Eu
quase podia ouvir meus próprios pensamentos gritando, na minha cabeça e, até,
tive medo de que ele notasse as evidências, tão claras nos meus olhos, ou conseguisse
ler minha mente, de alguma forma.
Eu
me perguntei se ele, algum dia, teria ciência do efeito que teve sobre mim,
naquele exato momento. Pouco sabia eu do que passava em sua mente, quando ele me
sorriu daquele jeito.
"Por
favor, goste de mim".
Aquela
primeira impressão fora bastante surpreendente, a meu ver.
***
-
É bom estar aqui, assim. Me sinto tão em casa.
Ele
me abraçou mais forte. Tinha minha cabeça recostada em seu peito e seus braços envolviam-me
a parte superior do corpo. Suas pernas musculosas estavam enroscadas nas
minhas, como se ele estivesse me segurando para que eu não caísse do estreito sofá.
Estávamos ouvindo algumas das minhas músicas favoritas. A maioria delas ele
estava, apenas, começando a conhecer...
“You say
you had your heart broken
What a stupid little thing to do…
What a stupid little thing to do…
Make no mistake
I'll do whatever it takes
To get over these walls
High up in the atmosphere
If I could catapult my heart
…To where you are” …*
(*Catapult, by Jack Savoretti)
I'll do whatever it takes
To get over these walls
High up in the atmosphere
If I could catapult my heart
…To where you are” …*
(*Catapult, by Jack Savoretti)
Quando
a música terminou, ele se levantou e eu também. Tocou meu rosto, tão levemente,
com as duas mãos, que senti como se fossem plumas caindo suavemente na minha
pele nua.
Sorri,
meio sem jeito. Ele me beijou e me abraçou, firmemente. Em seus braços, sentia uma
proteção infinita e aquele foi um dos melhores sentimentos que tive na vida.
Eu
dançava, lentamente, com o Valete de Espadas e gostava daquilo, com todo o meu
corpo e alma. Tive a sensação de que ele sabia, exatamente, o que estava
fazendo e isso me deixava extremamente feliz.
A
sala estava quieta, as luzes baixas, mas continuamos dançando as músicas, que
continuavam a tocar, silenciosamente, em nossas cabeças, por uma banda
invisível... por um bom tempo... Senti o calor suave de nossas peles nuas, uma
contra a outra… nossos corações a bater no mesmo ritmo.
Ele,
então, pegou minha mão na sua e me conduziu...
***
Minha
atenção estava totalmente voltada para como suas mãos pálidas tocavam minha
pele, viajando pelo meu corpo, de maneira muito leve e calorosa.
-
Adoro tuas mãos e o jeito que tu me tocas. És tão carinhoso.
-
Adoro tocar em ti. Tua pele é tão macia.
-
E nunca pensei que amaria alguém desse jeito...
-
Então teu coração tem sido negligenciado, meu amor...
Houve
uma dor repentina no meu peito. Eu me virei. Não conseguia me controlar. Fechei
os olhos e deixei minhas lágrimas correrem, silenciosamente, quentes e livres.
E elas queimavam, como lava. Meu corpo estremeceu um pouco.
Ele
colocou os braços à minha volta e me puxou para perto dele. Seu queixo repousava
no meu pescoço. Eu senti que ele cheirava meus cabelos. Senti seu corpo
aquecendo o meu, enquanto soluçava, incontrolavelmente, em seu abraço forte.
***
Era
uma tarde ensolarada de sábado. Fui dar um passeio na praia e sentei-me em
silêncio, olhando o mar. Uma brisa fresca soprou contra meu rosto e cabelo. O
céu estava tão azul que me fez lembrar dele e de seus olhos.
Perdi-me
a olhar um ponto inexistente, ao longe. Minha mente vagueou no passado. Eu
estremeci.
-
Quanto tempo faz?
Eu
me virei. Além de algumas gaivotas barulhentas, voando acima, não havia ninguém
à vista. Eu pensei que minha imaginação estivesse brincando comigo.
-
Há quanto tempo? Tu lembras?
Eu
decidi responder em voz alta.
-
Sabes muito bem há quanto tempo.
Lembrei-me
do dia em que nos conhecemos, há longos anos no passado, desde o momento em que
as portas deslizantes se abriram e vi seu sorriso acolhedor e o coração nas mãos, até o flagrante
beijo de despedida que ele me deu, antes que eu entrasse na área restrita do
aeroporto, a caminho de casa.
-
Estou tão feliz que tua dor se tenha ido embora.
Não
respondi, apenas me levantei e saí silenciosamente.
Lágrimas
quentes insistiram em desfocar minha visão, enquanto o vento soprava mais frio,
desta vez por todo o meu corpo...
***
sábado, 18 de abril de 2020
Long-lasting Dance
A long-lasting dance with the Jack of Spades was definitely not on the
menu. I chose watching him from a safe distance, so I was not harmed by his
fire… or the one that started slowly burning in my chest when I first set eyes
on him.
There he was, standing tall on the background
of the group, looking casually at me, who greeted everyone else and walked on to
him, with a smile on my face and the hand ready for a handshake. I looked into
his blue-greenish eyes for the longest briefest moment and introduced myself.
He did the same.
I could almost hear my own thoughts shouting
out loud in my head and I was afraid he would notice it in my eyes or could read
my mind somehow.
I wondered if he would ever be aware of the
effect he had on me. Little I knew of what was happening in his mind, when he
smiled that way of his.
‘Please like me’.
That was quite an astounding first impression.
***
- It’s so good to be here. It feels like home.
He hugged me tighter. My head was on his chest and his arms were
encircling my upper body. His strong muscled legs were all around mine, as if
holding me so I would not fall away from him or from the sofa. We were
listening to a bunch of my favourite songs, most of them he was just getting to
know…
“You say
you had your heart broken
What a stupid little thing to do…
Make no mistakeWhat a stupid little thing to do…
I'll do whatever it takes
To get over these walls
High up in the atmosphere
If I could catapult my heart
… To where you are”…*
(*Catapult, by Jack Savoretti)
When the song was over, he got up and so did
I. He touched my face so lightly with both hands, I felt like feathers falling softly
on my bare skin.
I smiled shyly. He kissed me and held me
tight. I felt I was so small and, at the same time, totally protected by him
and that was one of the best feelings I had in my lifetime.
I was slow dancing with the Jack of Spades and I was enjoying it
with all my body and soul. I had the feeling he knew exactly what he was doing
and that made me so happy.
The living room was quiet, the lights were
low, but we kept on dancing to the songs playing silently in our heads, by an
invisible band… for quite a while… feeling the soothing heat of our bare skins
one against the other, our hearts at the same pace.
He, then, took my hand in his own and led me...
***
My attention was totally directed to how his pale
hands were touching my skin, traveling along my body, very lightly and so
warmly.
- I love your hands and the way you touch me. You’re
such an affectionate man.
- I love touching you. Your skin is so soft.
- And I’ve never thought I would love someone the way
I love you now.
- You have been neglected, my love…
There was a sudden pain in my chest. I turned around.
I could not control myself. I got so emotional, I just closed my eyes and let
my tears run silently warm and freely. And they were burning hot. My body
shuddered a little.
He put his arms around me and held me. His chin was
resting on my neck. I could feel he smelled my hair. I felt his body warming
mine up, while I sobbed uncontrollably in his strong embrace.
***
It was a sunny Saturday afternoon. I had a walk by the
seashore and sat quietly looking at the sea. A fresh breeze blew through my
face and hair. The sky was so blue, it reminded me of him and his eyes.
My own eyes wandered away in the distance, and so did
my mind, to the past. I shivered.
- How long ago was it?
I turned around. Besides some noisy seagulls flying
above, there was no one at sight. I thought my imagination was playing games
with me.
- How long ago? Do you remember?
I decided to speak out loud.
- You know very well how long ago.
I recalled the day we’d met, long years in the past,
from the moment the sliding doors opened and I saw his sweet and welcoming
smile, with the heart in his hands, to the blatant goodbye kiss he gave me, before I walked into the airport
restricted area, on my way back home.
- I’m so glad your pain has gone away.
I did not respond, just got up and walked off, silently.
Warm tears insisted to blur my vision, while the wind
blew colder, this time all through my body…
***
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segunda-feira, 13 de abril de 2020
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