Minha mente vai-se,
agora,
esvaziando
pouco a pouco.
Eu já não consigo
pensar
claramente
naquelas coisas
– todas -
que deixaram suas marcas,
tão profundas,
gravadas
na minha alma.
Sinto-me mentalmente cansado
e meu corpo
está mostrando sinais
desta exaustão.
Os tempos de outrora,
que insistiam em voltar
para assombrar-me,
de vez em vez,
de quando em quando,
foram, finalmente,
deixados para trás.
O que eu sofri,
o que eu chorei,
o que eu vivi,
o que acabou,
finalmente,
por morrer...
e tudo o que uma vez
já esteve tão vivo,
como se fosse
em uma outra existência...
vai-se, agora, desaparecendo
de uma vez
por todas
e, espero,
para todo o sempre...
Como se cingido
por frios braços
de águas da cor do cobalto
neste imenso
e, espero,
para todo o sempre...
Como se cingido
por frios braços
de águas da cor do cobalto
neste imenso
e desolado mar,
eu vou submergindo
lentamente
e experimento
um gradual
e intenso torpor...
Fecho meus olhos
e deixo-me ir
mais fundo
no fundo
eu vou submergindo
lentamente
e experimento
um gradual
e intenso torpor...
Fecho meus olhos
e deixo-me ir
mais fundo
no fundo
do mais profundo abismo...
Mas desta vez,
enquanto abandono-me
ao confortável vazio
do Oblívio,
sinto surgir novas chamas
de paixão
a arder,
brandamente,
naquele cantinho
oculto
do meu coração ferido
e a aquecer
subtil
e ternamente
minha alma
Mas desta vez,
enquanto abandono-me
ao confortável vazio
do Oblívio,
sinto surgir novas chamas
de paixão
a arder,
brandamente,
naquele cantinho
oculto
do meu coração ferido
e a aquecer
subtil
e ternamente
minha alma
dantes tão sofrida...
Fase última do Oblívio. Terminando o que comecei...
ResponderEliminarSempre o primado da qualidade na tua poesia e na tua escrita. Parabéns mais uma vez e obrigado por partilhares com os leitores
ResponderEliminarA versão em outra língua sempre torna mais difícil a harmonia das palavras. Espero haver conseguido manter o ritmo. Obrigado pelas palavras de incentivo.
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