sábado, 8 de agosto de 2009

A Efígie do Dragão (excerpt)





... Ali, de pé, com uma espada em punho, estava um cavaleiro vestido em uma armadura negra. Ainda conseguiu reconhecer a efígie de um dragão, no peito da armadura do forasteiro. Uma efígie muito parecida com a sua própria, excepto que cabeça do dragão estava voltada para o lado oposto do da sua e as asas pareciam maiores, formando um círculo, que fechava-se à volta da figura. O animal representado, entretanto, era o mesmo.

O cavaleiro levantou-se de um salto, com a inseparável espada em sua mão, os olhos alertas para qualquer movimento do rival, que se manteve erecto, sem dizer palavra, com o gládio já pronto para combate e o visor do elmo ainda baixo, não deixando ver a sua face. Os olhos, entretanto, pareciam flamejar por detrás do visor, como um animal pronto a atacar.

- Quem és tu? O que queres aqui? - perguntou o cavaleiro ao forasteiro. Este não disse nada, apenas colocou-se em posição de combate, a espada agora ameaçadora, apontando para o cavaleiro na armadura prateada, que avançou.

O que aconteceu depois, foi muito rápido, para o cavaleiro da armadura prateada compreender bem. A espada do homem vestido de negro bateu com tanta força na sua, que esta última se partiu de um golpe só, como se fosse feita de um metal frágil e seco. O golpe foi tão certeiro, que lhe atingiu, em cheio, cortando a armadura e machucando seu peito, que ficou comprimido pelo metal cortado e amassado.

O cavaleiro caiu, inconsciente, de costas, pesadamente no gramado verde e com uma expressão de assombro ainda a lhe estampar a face...

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