domingo, 16 de agosto de 2009

Fragmentos (excerpt)

Escrever
Poemas
- De paixão
Ou solidão -,
Em meio
Aos dias,
Que passam
Apressados,
Entre uma lágrima
E uma dança,
Um sorriso
E uma canção,
É uma forma
De guardar,
- Congelados no tempo -,
Fragmentos de emoções,
Antes que elas se tornem
Névoas
Dissipadas
De passado,
Flutuando
No ar frio
das manhãs...

Teoria dos Reencontros (excerpt)

Quando me abraçares,
Não precisas dizer
Nada:
Nenhuma palavra
Será mágica,
Nem poderosa
O suficiente,
Para revelar
A teoria
Dos reencontros.
Deixe, apenas,
O calor
Do teu corpo
Aquecer o frio
Da minha saudade;
Deixe o teu coração
Bater forte,
Junto do meu peito,
Na mesma cadência
Do meu…

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Antes... (Excerpt)

Antes de ti,
Já existia o sol,
A dilacerar a escuridão
Com sua navalha
De luz,
Sangrando,
Em cores,
O céu
E o espaço,
Despertando o dia
De seu negro sono
E tingindo,
Devagarinho,
As pequenas pérolas
De orvalho,
Que decoram,
Sutís,
As frágeis pétalas
Adormecidas nos campos…
...
Antes de ti
Eu, com certeza,
Já existia
E meus olhos
Já viam o mundo
Ao meu redor,
Mas não do jeito
Que o vêem agora…
Antes de ti
Eu era água,
Mas não era mar,
Eu era luz,
Mas não era sol,
Eu era sombra,
Mas não era noite,
Eu era som,
Mas não era música,
...
Eu era de vidro…
E, então, me fiz diamante…

domingo, 9 de agosto de 2009

Voo (excerpt)

...
Tu voas
E teu voo
É belo
E silencioso
Como a delicadeza
Da solidão,
Terno,
Como um beijo
Apaixonado
(No segredo das noites),
Intenso,
Como o abraço
De um reencontro
E genuíno,
Como a dor amena
Da saudade,
Que as distâncias
Tentam,
Mas não apagam
Jamais...

sábado, 8 de agosto de 2009

Aquarelas

Hoje,
Eu pinto a vida
Com cores
Leves
E emoções
Fortes.
Eu pinto
Com sol e vento,
Chuvas de Verão,
Barulho das ondas,
E o cheiro do mar
E das folhas verdes
No ar da madrugada;
Entre a neblina
E o silêncio
Suave
Das ruelas
Da cidade.
Hoje,
Eu pinto
A vida
Com as cores
Da saudade,
Dos sonhos
E das tempestades
De Outono.
Eu pinto
Os papéis
Com cores
De paixão,
Águas-fortes
E corpos
Largados,
Soltos,
Em dunas
De ilusão.
Eu pinto aquarelas
De vida,
Com o vigor
Das emoções
E a firmeza
Da existência.
Eu pinto o amor
Com a veemência
E a insistência
Do amante,
Que não aceita
A distância
E sonha,
Acordado,
Com os beijos
Do último encontro.
Eu pinto a paixão
Com a força
Dos abraços
E a certeza
Dos reencontros.
Eu pinto a vida
Com a perfeição
Imperfeita
Dos rostos amados
E dos corpos desejados…
Eu pinto a vida
Com a força
Estranhamente suave
Das aquarelas
E o poder
Forte
Da cor
Das sanguíneas…
Eu pinto minha alegria
Com teu sorriso
E a aguada
De minha tristeza
Com as lágrimas
Das tormentas
Do fim do dia.
Eu pinto meu futuro
Com as cores
Vibrantes
E suaves
Da aquarela
Da tua existência.
Eu pinto tua alegria
Com a energia
Colorida e pujante
Das minhas emoções
E da minha,
Sempre tua,
Dedicação…

A Efígie do Dragão (excerpt)





... Ali, de pé, com uma espada em punho, estava um cavaleiro vestido em uma armadura negra. Ainda conseguiu reconhecer a efígie de um dragão, no peito da armadura do forasteiro. Uma efígie muito parecida com a sua própria, excepto que cabeça do dragão estava voltada para o lado oposto do da sua e as asas pareciam maiores, formando um círculo, que fechava-se à volta da figura. O animal representado, entretanto, era o mesmo.

O cavaleiro levantou-se de um salto, com a inseparável espada em sua mão, os olhos alertas para qualquer movimento do rival, que se manteve erecto, sem dizer palavra, com o gládio já pronto para combate e o visor do elmo ainda baixo, não deixando ver a sua face. Os olhos, entretanto, pareciam flamejar por detrás do visor, como um animal pronto a atacar.

- Quem és tu? O que queres aqui? - perguntou o cavaleiro ao forasteiro. Este não disse nada, apenas colocou-se em posição de combate, a espada agora ameaçadora, apontando para o cavaleiro na armadura prateada, que avançou.

O que aconteceu depois, foi muito rápido, para o cavaleiro da armadura prateada compreender bem. A espada do homem vestido de negro bateu com tanta força na sua, que esta última se partiu de um golpe só, como se fosse feita de um metal frágil e seco. O golpe foi tão certeiro, que lhe atingiu, em cheio, cortando a armadura e machucando seu peito, que ficou comprimido pelo metal cortado e amassado.

O cavaleiro caiu, inconsciente, de costas, pesadamente no gramado verde e com uma expressão de assombro ainda a lhe estampar a face...