sábado, 8 de agosto de 2009

Aquarelas

Hoje,
Eu pinto a vida
Com cores
Leves
E emoções
Fortes.
Eu pinto
Com sol e vento,
Chuvas de Verão,
Barulho das ondas,
E o cheiro do mar
E das folhas verdes
No ar da madrugada;
Entre a neblina
E o silêncio
Suave
Das ruelas
Da cidade.
Hoje,
Eu pinto
A vida
Com as cores
Da saudade,
Dos sonhos
E das tempestades
De Outono.
Eu pinto
Os papéis
Com cores
De paixão,
Águas-fortes
E corpos
Largados,
Soltos,
Em dunas
De ilusão.
Eu pinto aquarelas
De vida,
Com o vigor
Das emoções
E a firmeza
Da existência.
Eu pinto o amor
Com a veemência
E a insistência
Do amante,
Que não aceita
A distância
E sonha,
Acordado,
Com os beijos
Do último encontro.
Eu pinto a paixão
Com a força
Dos abraços
E a certeza
Dos reencontros.
Eu pinto a vida
Com a perfeição
Imperfeita
Dos rostos amados
E dos corpos desejados…
Eu pinto a vida
Com a força
Estranhamente suave
Das aquarelas
E o poder
Forte
Da cor
Das sanguíneas…
Eu pinto minha alegria
Com teu sorriso
E a aguada
De minha tristeza
Com as lágrimas
Das tormentas
Do fim do dia.
Eu pinto meu futuro
Com as cores
Vibrantes
E suaves
Da aquarela
Da tua existência.
Eu pinto tua alegria
Com a energia
Colorida e pujante
Das minhas emoções
E da minha,
Sempre tua,
Dedicação…

A Efígie do Dragão (excerpt)





... Ali, de pé, com uma espada em punho, estava um cavaleiro vestido em uma armadura negra. Ainda conseguiu reconhecer a efígie de um dragão, no peito da armadura do forasteiro. Uma efígie muito parecida com a sua própria, excepto que cabeça do dragão estava voltada para o lado oposto do da sua e as asas pareciam maiores, formando um círculo, que fechava-se à volta da figura. O animal representado, entretanto, era o mesmo.

O cavaleiro levantou-se de um salto, com a inseparável espada em sua mão, os olhos alertas para qualquer movimento do rival, que se manteve erecto, sem dizer palavra, com o gládio já pronto para combate e o visor do elmo ainda baixo, não deixando ver a sua face. Os olhos, entretanto, pareciam flamejar por detrás do visor, como um animal pronto a atacar.

- Quem és tu? O que queres aqui? - perguntou o cavaleiro ao forasteiro. Este não disse nada, apenas colocou-se em posição de combate, a espada agora ameaçadora, apontando para o cavaleiro na armadura prateada, que avançou.

O que aconteceu depois, foi muito rápido, para o cavaleiro da armadura prateada compreender bem. A espada do homem vestido de negro bateu com tanta força na sua, que esta última se partiu de um golpe só, como se fosse feita de um metal frágil e seco. O golpe foi tão certeiro, que lhe atingiu, em cheio, cortando a armadura e machucando seu peito, que ficou comprimido pelo metal cortado e amassado.

O cavaleiro caiu, inconsciente, de costas, pesadamente no gramado verde e com uma expressão de assombro ainda a lhe estampar a face...