- Não há nada demais com eles. São muito bons, para falar a verdade.
- Mas não são bons o suficiente. São apenas estudos…
- És uma pessoa tão difícil. Não sei como argumentar.
- Apenas acho que preciso de mais prática… só isso…
- Tu que sabes. Mas, se são estudos, estão melhores que muita coisa que
se vê por aí.
- Soará meio arrogante, se eu concordar, obviamente. Ainda falta muito
para eu dar-me por satisfeito…
- Eu desisto.
- E eu tenho que rir. Qual o propósito de argumentar com alguém que
desiste tão fácil?
Ele riu. Fez aquilo para
provocar-me.
- Abre estes ‘arquivos secretos’. Tu vais-te surpreender!
- Preciso pensar a respeito…
- Faça isso. Vai ser bom.
Os chamados arquivos secretos
eram estudos de nus, em vários estilos e técnicas, que eu fazia por diversão,
mas que não mostrava para muitos. A insistência fazia parte do processo em que
trabalhávamos juntos.
- Nem tudo são borboletas. Existem outras coisas à nossa volta... à tua volta.
Borboletas são bonitas, mas há muito mais que isso… Não há porque sentir medo ou
vergonha de mostrar os desenhos… Não há nada demais neles… muito pelo contrário!
E, então, eu resolvi, depois de
algum tempo, abrir os tais arquivos secretos. Não era somente uma questão de
coragem, mas também de aceitação em relação à qualidade dos estudos. Eu sabia
que não estavam bons como eu queria, mas de uma certa forma, com o passar do tempo, eu
deveria ser capaz de ver/perceber uma evolução qualquer no meu trabalho.
Eis alguns dos componentes do arquivo secreto...