sexta-feira, 20 de julho de 2012
Sereno
Não, não clames meu nome
Ao vento.
Não te enganes
A confiar
Que a poderosa voz
Das tormentas
Vai conduzir
Em sigilo
Tuas súplicas
Ou teus lamentos
Até os meus ouvidos
Atentos.
Não chores ao relento
Nas frias e húmidas
Manhãs de inverno.
Não deixes a chuva
Confundir-se com tuas lágrimas
De angústia,
De dor
Ou de paixão...
Mantenha teu espírito sereno…
Confia no que te digo…
Não, não pronuncies meu nome
Em alta voz,
Não te enganes
A pensar
Que as paredes te ouvem
Caladas;
Não murmures teus sentimentos
À escuridão vazia.
Guarda-te,
Enquanto puderes,
Longe da indiscrição
De quem não merece
Conhecer-te os segredos
Da alma.
E quando estiveres em meus braços,
Permita-te, somente,
Abrir as portas desta gaiola,
Deixar-te levar
Pelo momento
E sussurrar, baixinho,
O que não tens coragem
De falar,
Quando estás só
E em silêncio…
Diz-me o que se passa
Dentro de teu peito,
Olha-me, sem temor,
No fundo dos olhos,
Onde a tua imagem
Já se faz reflectir;
Abre tuas asas
E deixa-te voar
Alto...
Mantenha teu espírito sereno…
Sempre
…E confia no que sinto por ti…
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...às vezes é tão difícil manter-se sereno...
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