domingo, 31 de outubro de 2010

A - Deus

Quando dissemos adeus

E meu coração apertou,

Meus olhos inundaram

E minha voz faltou,

Minha alma te acompanhou,

Por horas intermináveis,

Pelo mundo afora.

Meu coração recusou-se

A desistir

De te procurar

Em cada detalhe

- Pequeno -

Da minha vida,

Todavia.

Quando eu te disse adeus,

Porque não conseguia mais

Sofrer com tua ausência,

Entreguei minha tristeza

A - Deus,

Para que Ele consolasse

Meu espírito

E te desse a paz da distância

E a esperança

De um dia,

Quem sabe,

Nos encontrarmos,

Pelo menos,

Uma vez mais…

sábado, 30 de outubro de 2010

Em Olhos de Mar


A mulher, sentada sobre a grande rocha à beira mar, parecia alheia ao tempo e ao espaço à sua volta. Seu corpo miúdo e bem formado, escondia a verdadeira idade, enquanto seu rosto de menina amadurecida trazia pequenos vestígios de uma vida melancólica, marcados na testa e em volta dos olhos. O vento da tarde brincava com as madeixas de seus cabelos loiros, enquanto os pensamentos vinham e iam, como as ondas a arrastar-se sobre as areias à sua volta. Em seus inquietos e cristalinos olhos, perdidos na distância, onde o horizonte confunde o céu com o oceano, as lembranças iam-se alternando, aleatoriamente, sem critério algum. Ela se deixava levar, sem considerar a dor que sua alma já suportara, ou as velhas cicatrizes deixadas por acontecimentos de outros tempos. Por que razão vinha o presente trazer, cruelmente, o passado de volta, como um cadáver despejado aos seus pés, trazido por um mar de memórias?

- Qual é a sua idade?

A pergunta não era somente retórica. O rapaz, de pé atrás do balcão do bar, mostrava uma certa inquietação perante a mulher dez anos mais velha que ele e que agora inquiria-o, com uma naturalidade que ele não possuía.

- Dezoito. Por que a pergunta?

Ele se colocara na defensiva. Os cabelos cacheados, de um castanho claro, emolduravam-lhe a face angulosa. Ela percebeu que ele trazia uma melancolia no olhar, que não desaparecia quando sorria.

- Você parece tão jovem, entretanto suas poesias parecem ser escritas por uma pessoa que já passou por tanta coisa na vida…

A frase, assim colocada, fê-lo sentir-se desconfortável. Aquela mulher pisava uma linha que ninguém havia sequer chegado perto, antes dela. Ele não costumava falar de si próprio. A escrita era seu ponto de fuga – invisível - na paisagem desenhada pelos dedos da vida, que mal começara a se descortinar, perante aqueles inexperientes olhos, de um verde musgo semi-escondido por detrás da quase reticulada flor de renda castanha. Não comentou a resposta, apenas baixou o olhar. Ela sorriu levemente, a pensar naquela timidez, como uma característica que o fazia encantador, a seu ver.

- Me dê a sua mão, aqui.

Ele não pensou, apenas estendeu a mão, que ela segurou firmemente, enquanto dava um longo e profundo suspiro, fechando os olhos ao mesmo tempo. A mão dela era pequena, delicada, morna e macia. A dele era fria, grande, com dedos longos e fortes, mas não chegava a ser áspera. Ele sentiu-se incomodado. Puxou a mão com delicadeza, para não magoá-la. Ela apenas riu, divertindo-se com a atitude desajeitada dele.

***

As intermináveis tardes mornas de Outono passaram a ser amenizadas pelas visitas constantes, nas horas mais quietas, acendendo uma pequena chama de conforto no peito do rapaz. Ele, que nunca havia se sentido especial, ansiava por aqueles encontros casualmente intencionais. Ela tinha o propósito de surpreendê-lo, mudar alguma coisa naquela aparência verde e despreparada, moldá-lo como Pigmalião havia feito ao mármore, para amar sua criação, quando esta estivesse pronta. A vida, propriamente dita, viria em seguida, em resposta aos caprichos do destino.

***

- Será que ele saberá o que fazer? É apenas uma criança…

Ante a pergunta e a observação da amiga, assumia que a natureza tomaria seu próprio curso, se fosse necessário.

- Se não souber, depois que estiver lá, não há mais volta…

Há uma parte animal em todo ser humano – o instinto não falha, quando a razão é legada a segundo plano. As reacções do corpo não mentem jamais e ela contava com essa verdade universal. O melhor, mal sabia ela… assim como o pior… ainda estava por vir. Que raízes seriam profundas o suficiente para aguentar as ventanias que viriam a seguir?

***

Poucos dias depois, observava a maneira meio desastrada com que ele abria, com dedos trémulos, o presente que havia-lhe entregado. Dentro do pequeno pacote, uma caneta dourada, com o nome dele gravado, deixou-o completamente sem acção. Com um rubor autêntico, aquecendo-lhe a face, só soube dizer obrigado e mordeu o lábio inferior, o gesto que a fazia estremecer. Ela desejou beijar aquela boca de lábios bem desenhados, mas conteve-se na ocasião.

- É para escrever os poemas. Uma caneta digna da beleza de sua emoção.

Ela usava o pronome “você” com precisão e destreza, mostrando afinidade com a língua, bem e correctamente usada. Mantinha o coloquial fora do seu linguajar habitual, não por arrogância, mas por índole. Quanta coisa o jovem ainda tinha que aprender da vida, para se aproximar da experiência e da sabedoria daquela mulher?

***

Sabendo onde o rapaz guardava o caderno de poesias, ela ia, ávida, em busca de sinais deixados, intencionalmente. Muitas vezes deixava mensagens escritas para que ele as lesse quando chegasse da universidade. Um longo poema, feito especialmente, foi presenteado com uma marca de batom, deixada enquanto estava ausente de casa. Naquele, ele abria um mundo novo, mostrando-se amadurecido e preparado, lançando um convite, irrecusável - embora velado - ao desconhecido. Ao ver a marca no papel, sorriu. Tinha ficado reticente se deveria mostrar, abertamente, aqueles versos, mas a vida - ou parte dela - se encarregou de fazer a sua parte. Ele se perguntava se os deuses estariam ao seu lado…

***

A ruela por trás do horto estava deserta, excepto pelo casal sentado sob a sombra de uma grande árvore. A luz do sol caía sobre as folhas que atapetavam o chão, pintando de luz e cor a amena tarde de Outono. A mulher beijou as mãos pálidas e frias do rapaz, que pendeu a cabeça sobre a dela, para surpresa da mesma. Ele fechara os olhos e cheirava-lhe os cabelos louros, pela primeira vez, desde que se viam, há meses. Enquanto sempre havia sido cuidadoso, ela havia sido ousada, mas desta vez, ela quem fora surpreendida. Os dedos entrelaçados, o ar sério e verosimilmente preocupado, no rosto juvenil, fizeram-na estremecer, quando ele mordeu, como de costume, o lábio inferior. Ela não resistiu e aproximou-se, com cuidado, para que ele não fugisse do que parecia inevitável. Aquele contacto tinha um sabor insólito. Era a aventura, o proibido e um estranho prazer, juntos num mesmo pacote. Os lábios dele, macios, tocaram os dela, devagar e suavemente. Apesar de tudo que já vira e experimentara, ela não estava preparada para aquilo. O beijo fora suave, como a sensação da seda na pele nua. Ele não era um aprendiz, de forma nenhuma, concluiu a mulher que quis abandonar-se ao momento e avançar com ardor, mas ele pediu-lhe calma. Queria senti-la, completamente, vagarosamente, detalhadamente. Foi então que ela compreendeu que um aprendiz pode tornar-se um mestre, desde que tenha as ferramentas necessárias.

***

Na penumbra do quarto, o contacto entre os corpos confundia as sombras, em nuances de luz, cores, volumes e sons. Ela estava certa. A natureza sabia levar seu próprio curso. Ela conduzia, ele seguia. Ela se entregava, ele tomava. Ela ousava, ele controlava. Ela aprendia a se deixar levar e ele a levar. Quem era mestre e quem era aprendiz, naquela hora, não importava. O que importava era estar ali, naquele momento, com aquele menino que se tornava homem, colado à pele dela, como uma tatuagem, que bebia dela como se tivesse sede, que cruzava a fronteira do mundo dela, como se fosse parte do mesmo corpo que possuía. Deixaram-se arrastar pelas ondas que iam e vinham, como no movimento incessante e harmonioso do mar sobre as areias da praia. E ela explodiu, como se as cores fossem todas graduações de vermelho, levando-a a gritar, um grito que ficou abafado pela boca quente do amante. Ele, por sua vez, sentiu-se envolvido por uma onda de calor, que lhe subia pelo corpo, despertando sensações que desconhecia, enquanto ia e vinha, devagar, provocando reacções descontroladas na mulher sob o corpo dele. Quando sentiu seu próprio corpo lançar-se para dentro de um mundo que apenas começara a conhecer, abraçou-se a ela, como se fosse um náufrago agarrando-se à sua tábua de salvação… e chorou. Ela entrelaçou-se ao corpo do menino-homem e chorou junto com ele. A obra ganhava vida, surpreendendo o artista, no melhor estilo da mitologia grega. Ficaram ali, como se fossem um só corpo, na meia-luz do quarto, até o mundo despertar, outra vez, chamando-os para vida que os esperava lá fora. Era a realidade a roubar-lhes a fantasia que acabara de os envolver em sua ténue teia de prata.

Diz-se que a teoria do yin-yang é mais verdadeira que se possa controlar, conscientemente. Para tudo existe um equilíbrio. Para todo mal há um bem; para toda dor, um prazer … e vice-versa… Quantas almas um homem deve possuir, até que lhe roubem toda a esperança? Quantos sonhos serão extirpados à realidade, pela crueldade acre da perfídia? Que ardis se escondem por trás das supostas boas intenções?

***
- Não posso aceitar isso, de jeito nenhum. Eu tenho que me explicar.

A mulher tentava apegar-se à coerência e aos pequenos vestígios de esperança que a notícia, trazida pelo rapaz, ainda deixava aceitar. Era o fim de um sonho que mal começara a acontecer. Por que razão deveria abrir mão da pequena conquista, que se tornara sua única loucura? Há quanto tempo ela não se sentia tão viva? E, agora…

- Por favor, não vá se explicar. Vai ser pior. Não quero que sejas atacada, como eu fui. Não pense que foi fácil ter a família inteira reunida, me agredindo e condenando… As evidências estavam à mostra, na folha de papel com a marca de batom e no bilhete que eu não joguei fora, por prezar tanto a sinceridade da tua emoção. Não temos outra saída. Foi-me dado um ultimato. Temos que por um fim a este caso. Nós sabíamos que isto iria acontecer, mais cedo ou mais tarde. Só não achamos que seria tão cedo. Sei que não é justo, mas não vejo outra alternativa. Temos que nos afastar, antes que seja tarde demais.

Ele tentava ser racional e manter os pés firmes no chão, embora seu coração estivesse estraçalhado. Já era tarde demais e ele sabia. A emoção havia sido relegada a segundo plano, depois da tal reunião, quando sua voz não havia sequer sido ouvida, nem suas razões - se é que havia alguma - consideradas. Nem toda a verdade fora contada, para poupar a mulher de maiores transtornos. Nem tudo que ouviu, ele contou. Ele estaria sendo vigiado de perto e lembrado, em cada oportunidade que aparecesse, das consequências de sua irresponsabilidade, por um bom tempo. Ela jamais saberia nem este, nem mais detalhes.

Ele manteve-se sério e irredutível entre o o que sentia e queria e o que devia ser feito. Ou resistia firmemente ou jogaria tudo para o alto, enfrentando uma guerra que não estaria preparado para vencer, tanto por inabilidade quanto por imaturidade. Sua vontade era abraçar, beijar e proteger a mulher, talvez até morrer por aquela, cujos olhos marejavam com um misto de ódio, decepção e impotência, face à realidade que lhe jogava contra uma parede tão sólida quanto o que sentia. Ele sabia, porém, que os alicerces daquela relação rompiam-se, naquele momento, por falta de uma estrutura consistente para sustentar o peso do futuro e da responsabilidade. Por dentro, sentia o punhal afiado e perverso do destino a dilacerar-lhe, profundamente, com seu corte certeiro e cruel. Um golpe cujas consequências seriam lembradas para todo o sempre. Uma cicatriz profunda demais a marcar eternamente a alma despreparada de um homem, que mal desabrochara para vida e que nunca mais seria o mesmo.

A mulher não conseguia ouvir o discurso com a razão, mas com a emoção. Sentia-se decepcionada, traída, revoltada e só. Sentia que ele entregara os pontos muito cedo e sem luta. Quão frágil era a linha que separava a coragem do medo, ou o amor do ódio…

***
- Mãe!

Os pensamentos da mulher esvanecem com o presente trazendo-a de volta à realidade. Virou-se para onde o menino de cabelos castanho-claros e olhos verdes vinha, desceu da rocha onde se encontrava e foi ao encontro do filho que a chamava. Os cachos que decoravam a face angulosa do menino, dançavam ao vento da tarde, enquanto ele corria de encontro à mãe. Ela abraça-o, beija-lhe a cabeça e saem pela praia, a caminhar sem dizer nada. Havia um entendimento entre eles, que não precisava de palavras. Estas seriam desnecessárias naquele momento e em qualquer outro. Existem segredos que, para permanecerem ocultos, devem ser completamente enterrados em algum lugar secreto da alma… terna e eternamente.

Ela sabia que o tempo (sempre) cura as feridas, mas não apaga as cicatrizes jamais.

sábado, 23 de outubro de 2010

Simbiose


Às vezes, ele me olha fixamente, me abraça, me beija e conversa comigo, mesmo sabendo que a minha mente funciona muito diferente da dele.

Nossa relação é de cumplicidade, quase uma simbiose. Ele depende da minha companhia, eu dependo dele para sobreviver, embora creia que em estado selvagem - eu nasci em África, afinal - eu possa me virar bem. Ele cuida de mim e eu velo por ele. Eu sei quando ele está para chegar em casa. Sinto a sua presença, apenas por instinto. Ele conhece meus passos, sente quando estou por perto e me faz as vontades. Sabe quando eu entro no quarto, à noite, para pedir um “cheiro”na cabeça e deitar-me ao seu lado. Só faço isso depois de dar uma boa vistoria na casa, pois ele só fecha as portas e apaga as luzes. Alguém tem que cuidar de tudo por aqui, com mais responsabilidade.

Aprendi a lidar com ele e ele aprendeu a ler minha linguagem. Eu tenho necessidade de saber onde se encontra, para garantir que não vou ficar só, mas também tenho necessidade de sossego, no que sou respeitado, normalmente.

Gosto de música, mas nem de tudo que se ouve nesta casa. Ele conhece meu gosto e fez uma selecção especial para me tranquilizar. Costumamos ter nosso espaço e tempo exclusivos para isso, de vez em quando. Aos domingos à noite, especialmente, enquanto ele passa as roupas a ferro, deito-me por perto, ouvindo aquelas músicas mais calmas, em silêncio, até que termine sua tarefa e chegue a hora de nos recolhermos.

Ele pensa que eu pertenço a ele, mas no fundo, sabe que é o contrário. Quando me chama pelo nome, eu venho correndo em resposta, porque sei que, de alguma forma, ou precisa de mim ou vai dar-me algo para comer. Às vezes é puro “dengo”, mas eu gosto. Quando me despenteia, estragando o trabalhão que levei horas fazendo, eu me irrito e volto a me pentear.

Quase não brigamos, mas quando eu estou de mau humor e o ataco, ele fica chateado e me dá broncas, mas estas não são muito sérias. Somente quando eu fujo pela varanda e entro na casa do vizinho é que ele fica, mesmo, muito irritado e me põe de castigo. O castigo é greve de fala e de atenção. Fico incomodado quando ele faz estas greves. Tento de tudo para que ele me desculpe e para que aquilo dure pouco tempo, mas ele é turrão, quase tão teimoso quanto eu. Eu sei que ele sofre com isso, também, porque me diz, quando pede desculpas e fazemos as pazes.

Quando quero algo, sou insistente. A maioria das vezes percebo que ele cede, depois de algum tempo. As restrições estão relacionadas com minhas idas ao corredor e escadas e, também, ao barulho na frente das portas dos vizinhos.

Ele reconhece minhas vocalizações, quase sempre, sem erro. Algumas vezes tenho que ser mais óbvio, pois ele anda meio distraído.

Não gosto quando fica horas na frente do computador e me dá menos atenção que estou habituado a receber, mas na maioria das vezes ele pára e me dá alguma.

Somos independentes em termos de relacionamentos com outros, mas somos muito apegados entre nós. Sei que ele fala muito a meu respeito. Deve ser por gostar tanto de mim. Eu dou-lhe atenção quando quero ou quando vejo que está precisando. Ele sempre está pronto para me dar atenção, mesmo quando quero ficar sozinho. Gosto quando ele me escova a cabeça e o corpo, deita sua cabeça sobre a minha, ou quando me pega no colo e me abraça ao chegar em casa. Gosto de deitar sobre a sua barriga, enquanto ouvimos música, deitados no sofá. Eu, então, recito meu “mantra”, num ronronar contínuo, que lhe abranda as preocupações e o faz cochilar. Isto também me acalma e atenua minhas tensões.

Eu associo palavras que ele usa, com minhas atitudes. Sei quando me chama pelo nome, quando menciona a palavra comida, associei o convite ”vamos tomar café?” a ganhar uma colherada de iogurte, e sei quando me chama para deitar e dormir. Meus horários e minhas rotinas são evidentes e as dele também. Eu não gosto de ver as coisas fora do lugar e me acostumei com aquela sua mania de organização.

Eu sou um sénior agora. Ele se deu conta disso, quando conversou comigo hoje. Sei que faz pouco sentido ter expectativas que vou viver tanto quanto ele, mas percebi que chorou quando falou sobre isto. Aliás, tem chorado bastante ultimamente. Às vezes me pede desculpas, por parecer estúpido. Eu olho nos seus olhos e espero até que a coerência volte e ele me diga que está bem. Não sei se compreendo o que se passa, mas mesmo assim, mostro que estou ali para o que der e vier, se for necessário. E ele parece contentar-se com isso. Eu gosto quando me olha com afecto, o que é quase sempre. Me faz sentir amado, mimado e especial. Eu sei que ele gosta da minha atenção e minhas demonstrações de carinho, porque se diverte com isso.

Ele ri. Ele sempre ri. Às vezes apronto alguma, só para ouvir a gargalhada dele. Os vizinhos devem pensar que é louco, mas não o vejo muito preocupado com isso.

Minha vida é bem tranquila. Não tenho acessos de ciúme, pois não tenho motivos para isso, por enquanto. Mas minha veia possessiva é bem acentuada e lembro bem que já mostrei quem pertence a quem, quando tive que o fazer. Ele está dentro do meu domínio, portanto me pertence... e ponto final! Nem que eu o tenha que "marcar" como parte do meu território!!!

Bom, agora que já lambi meu pelo todo, vou-me deitar e tirar uma soneca sobre o meu tapete favorito. Minha barriga está cheia e vejo que ele está ocupado no computador. Minhas músicas favoritas estão tocando e vou relaxar um pouco, até a hora de ser chamado para escovar os dentes e ir para a cama, nossa rotina nocturna, que eu controlo com maestria. Amanhã sei que vou ganhar meu carinho habitual e minha dose de atum, que eu adoro comer quando ele está em casa, na hora do jantar… a não ser que faça um bom peixinho assado e divida comigo… Hummm… O amanhã promete!

Ah, antes que esqueça: meu nome é Tiger…
                                                                                                                                    

domingo, 10 de outubro de 2010

The Smiling Game

I walked along
The frenzied streets
Of life,
Not fully aware
That behind a pair
Of amazing shy
And inquisitive eyes
And perfectly-designed lips,
-Decorating lovely features -
There was such a spark,
Which could ignite
A flame inside my chest
And my mind.
But then you smiled…
I was caught
In the middle
Of a million
Swirling emotions,
Like a fallen leaf
-Dragged around
By the winter wind-
And felt like
All lights were
Switched on
In front of my eyes,
Turning an ordinary day
Into a special one
For my unprepared
And skimpy heart.
You noticed
-Immediately -
I was mesmerized
By the sweetness
Of what that grin
Of yours
Could bring into my life
And decided to play
My game,
So you suddenly
Looked at me…
…And smiled again…
I felt so weightless
And so emotionally
Magnetized by you
That I asked myself:
If this is just a game,
Why do I have
Such a pleasure
Playing it?